Marketplaces segmentados unem tecnologia e know-how
-
05/09/2017
Em períodos de recesso na economia nacional, o comércio eletrônico é um dos setores que apresentam maior índice de crescimento, sendo impulsionado pela adesão de novos consumidores e a criação de tecnologias que permitem maior comodidade. Uma das modalidades mais representativas são os marketplaces, que funcionam como shoppings virtuais ao reunirem diversos vendedores em um único espaço.
Segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) para o ano que vem, a quantia de marketplaces no mercado representará 25% de todo o e-commerce, ou seja, um quarto de toda a movimentação ocorrerá por meio desses canais.
Tecnologia e parceria
O incremento no número de consumidores abre precedentes para marketplaces segmentados, sendo uma boa oportunidade ao empreendedor. “É uma tendência no mercado e temos esse tipo de tecnologia. Há plataformas especializadas em cerveja, produtos de corridas, pets, etc. O marketplace aproxima os empresários aos clientes que já estão na sua base, assim como os fornecedores com os quais têm relacionamento. Um exemplo é um empreendedor especializado em cronometragem de corrida que aproveita para vender produtos relacionados ao esporte em um grande canal”, afirma Luan Gabellini, cofundador da Betalabs. Para o executivo, tecnologia é aliada. Porém, o conhecimento do empresário é essencial para gerar valor ao negócio.
Menos é mais
Com a expansão do setor, diversos empreendedores aproveitam o poder da segmentação para atingir um público específico, que pode ser composto por pessoas físicas ou jurídicas.
“No B2B tradicional, o conceito de marketplaces refere-se a ambientes de compras abertos, nos quais é possível comparar os preços para escolher a melhor oferta. Porém, o modelo é insustentável sem a concretização de operações”, afirma Agustín Durán, sócio-diretor da Nimbi, startup especializada em soluções para supply chain. “Com a Rede Nimbi, nosso markeplace com foco em compras corporativas, estimamos um aumento de 30% a 35% no volume transacionado por fornecedor”.
Ao apostar em soluções focadas para mercados específicos, é possível atender detalhes operacionais. “Pensando na facilitação do processo de compras de transportadoras, o 99Kote foi desenvolvido para atender as demandas de compra e venda de peças e serviços para frotas. A plataforma é ágil, pois foi desenvolvida para quem vive a rotina da operação de transportes no Brasil”, comenta Valmir Colodrão, sócio-diretor da BgmRodotec, empresa do segmento de software de gestão para empresas de transporte de cargas e passageiros.
Para Gustavo Zanetti, sócio e diretor de marketing do marketplace de produtos com prazos de utilização próximos NDays, a tecnologia permite uma atuação disruptiva. “Mercados de bairro que poderiam perder mercadorias devido à validade utilizam a nossa plataforma para anunciar os produtos por um valor justo, sinalizando que o consumo deve ser imediato. Atuar dessa forma só é possível graças à tecnologia, que permite a execução de nosso algoritmo, que elenca quais itens estão mais próximos do vencimento, além do sistema de geolocalização.”
Segmentação é o futuro
Para Carlos Alves, diretor de marketplace da ABComm, direcionar seus esforços para um público específico pode trazer resultados melhores. “A tecnologia permite a segmentação. O marketing digital comprova a eficácia de se comunicar com o público certo. Alguns marketplaces começam a caminhar no mesmo sentido. Dessa forma, apesar de reduzir o foco, aumenta-se o escopo, possibilitando que empresas atinjam resultados melhores com menos esforço e investimento.”